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sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Estudo indica políticas

públicas para idosos

  Evelin Campos, da Agência Brasília
Estudo indica políticas públicas para idososFoto: Pedro Ventura
Divulgado nesta sexta-feira, Perfil da População 
Idosa do Distrito Federal revelou a importância de ações
nas áreas de Saúde, Educação, Trabalho e Segurança
A tendência de aumento da expectativa de vida no Brasil tem lançado ao poder público e à sociedade novos desafios na promoção da qualidade de vida e cidadania da população com mais de 60 anos. No DF, onde as pessoas nessa faixa etária representavam 7,69% da população em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa demanda está entre as prioridades do governo.

Para incentivar reflexões sobre o tema e auxiliar o aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas para esse público, a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) divulgou nesta sexta-feira (28) o Perfil da População Idosa do Distrito Federal.  O estudo, baseado no censo demográfico do IBGE de 2010, avaliou indicadores socioeconômicos delimitados por região administrativa.

A população de idosos no DF em 2010 era de 197,6 mil pessoas, sendo 57% do sexo feminino, o que justifica as ações de capacitação e promoção da saúde para esse público. Do total, 59,73% são de pessoas de 60 a 69 anos, 28,82% têm entre 70 e 79 anos, e 11,45%, 80 anos ou mais. “O idoso não pode ser encarado apenas como mais um cidadão. Ainda somos um país essencialmente jovem, mas, com o tempo, a população vai envelhecer”, ressaltou o secretário do Idoso, Ricardo Quirino.

A maior concentração de idosos está no Lago Sul, onde esse grupo compõe quase 20% da população. Ocupando a segunda e a terceira posição estão Lago Norte (15,28%) e Brasília (13,93%). Por outro lado, as regiões do SIA, SCIA-Estrutural, Itapoã, Varjão e São Sebastião registram os menores percentuais, que não chegam a 3%.

A promotora de Justiça da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, Sandra de Oliveira Julião, reconheceu a relevância da pesquisa e destacou a importância do trabalho integrado. “Esse é o primeiro passo para tomarmos providências. É necessário que exista articulação entre todas as secretarias do governo, no desempenho de um trabalho planejado”, observou.

Saúde – No topo das preocupações da terceira idade, as demandas da área da Saúde exigem investimentos e ações efetivas de prevenção e atendimento. De acordo com o perfil, as doenças do aparelho circulatório lideram com 36,59% as causas de óbito entre os idosos. Em segundo lugar no ranking estão as neoplasias (tumores), que representam 21,86% dos casos. A terceira causa são as doenças do aparelho respiratório, com 12,91%.

Fora dessas estatísticas, João Rodrigues, de 60 anos, mantém hábitos saudáveis há 12 anos. “Sou corredor, faço exercícios no Parque da Cidade todos os dias e cuido bem da alimentação. Perdi 16 quilos e hoje me cuido bem”, contou João, que considera essencial preservar os parques, incentivar o exercício físico e criar opções de lazer.

Para estimular casos como o de João, o governo tem investido na atenção primária à saúde, com a reforma de centros de saúde, a construção de clínicas da família e a atuação das equipes do Saúde da Família, que realizam atendimentos e trabalhos de prevenção junto à comunidade. “Criamos condições para que o idoso tenha qualidade de vida e não precise chegar aos hospitais”, afirmou Ricardo Quirino.

O secretário também destacou a construção dos Pontos de Encontro Comunitário (PECs) e de novos espaços de lazer para a terceira idade. Segundo ele, a meta é aperfeiçoar esses espaços, com a disponibilização de profissionais de educação física e de acompanhamento médico para os usuários.

Educação – Entre os idosos do Distrito Federal, 13,27% não são alfabetizados. Nas localidades do Paranoá, SCIA-Estrutural, Itapoã, Varjão e São Sebastião, esse número ultrapassa 30%. Por essa razão, Ricardo Quirino afirmou que a educação é o primeiro foco da pasta, criada há pouco mais de um ano para atender às demandas da terceira idade.

“Atualmente, temos o programa DF Alfabetizado, mas queremos criar ainda uma atenção específica aos idosos, promovendo inclusão digital e social”, anunciou. “Isso dará mais autonomia a essas pessoas e reduzirá a dependência delas, impactando até mesmo no mercado de trabalho, no convívio social e na redução da violência”, acrescentou o secretário.

Mercado de trabalho – A renda da população idosa no Distrito Federal é 170% maior que a do mesmo grupo no restante do país, segundo o IBGE. Enquanto a média nacional é de R$ 1.413,65 para pessoas entre 60 e 69 anos, o DF registra R$ 3.829,94 para a mesma faixa etária. A maior parte dos idosos está inativa economicamente (69,77%), mas muitos ainda possuem uma ocupação.

É o caso de José Maia, que está entre os 29,44% dos ativos ocupados. Aos 60 anos, o servidor público aposentado trabalha como autônomo. “Se a gente para, acaba ficando atrofiado. Meu maior divertimento é trabalhar e aqui tem muita oportunidade”, afirmou José, que mora em Sobradinho há 38 anos. No DF, somente 0,79% dos ativos não estão ocupados.

Segurança – Em menor proporção, as causas externas também são responsáveis pelos óbitos nessa parcela da população. Acidentes e violências, por exemplo, representam 5,16% do total de mortes entre os idosos. O crime mais recorrente nesse grupo é o roubo a transeunte (32,61%), seguido de ameaça (29,62%) e lesão corporal (21,41%).

Dados da Polícia Civil indicam que as cidades onde foram registardos grande número de ocorrências com vítimas de 60 anos ou mais em 2011 foram Ceilândia, Taguatinga e Brasília. De acordo com o secretário do Idoso, essas são regiões grandes e com muito trânsito de pessoas, o que justifica a informação e revela a necessidade de atenção especial nessas localidades.

Ricardo Quirino lembrou a restauração de calçadas e avenidas pelo atual governo como algumas das ações para melhorar a acessibilidade, apontada como um dos problemas para a população idosa. “Ainda há muitas outras obras e ações importantes, que estão previstas no programa de governo”, pontuou o secretário.

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