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terça-feira, 30 de outubro de 2012

LITERATURA


Para gostar de ler

  Suzano Almeida, da Agência Brasília
Para gostar de lerFoto: Pedro Ventura
GDF lança plano de incentivo à leitura, em 
evento comemorativo ao Dia do Livro

Foi apresentado nesta segunda-feira (29) o Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura, que fomentará as políticas de incentivo e de acesso a obras literárias. O documento, em elaboração desde agosto do ano passado pela gerência do Livro e da Literatura da Secretaria de Educação do DF, foi entregue aos secretários de Cultura, Hamilton Pereira, e de Educação, Denílson Bento da Costa, e atende determinação do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz: “Nosso objetivo é fazer de Brasília a capital da leitura”. A cerimônia ocorreu durante o 1º Seminário do Livro e da Leitura, realizado no Conjunto Cultural da República.

“O plano servirá para fomentar as políticas de incentivo à leitura no Distrito Federal, e estimular a população a ler mais, contar histórias e incentivar que nossas crianças também se interessem pela literatura”, disse a gerente do Livro e da Literatura da Secretaria de Educação do DF, Cristiane Salles. “A partir de agora, teremos um documento que sistematiza as políticas de acesso à literatura. Já temos espaços físicos como bibliotecas. O governo quer transformar Brasília na capital da leitura, agora temos um plano de Estado para isso”, completou.

Para a gerente Cristiane Salles, o avanço da tecnologia é um aliado para quem quer criar o hábito de ler. Segundo ela, as pessoas estão lendo mais, porém, ainda é necessário que os formadores desse hábito atentem para o gosto de cada leitor.

“Claro que é importante ter a leitura tradicional, mas precisamos de profissionais capacitados e sensíveis, como mediadores e bibliotecários que percebam o que as pessoas querem”, disse a gerente.

A literatura tem sido peça importante no desenvolvimento da educação e da cultura no Distrito Federal, com projetos como a Mala do Livro, que conta com 504 estantes distribuídas em escolas, domicílios, estações de metrô e áreas rurais.

Histórias – Para o leitor, o livro pode ser mais do que objeto de entretenimento: É uma forma de encontrar a liberdade mesmo atrás das grades. Esse é o caso do palestrante Luiz Alberto Mendes, que esteve encarcerado por mais de 30 anos. Na cadeia, além de descobrir o prazer da leitura, escreveu a obra Memórias de Um Sobrevivente, lançada em 2001.

“Os livros permitiram manter minha sanidade. Quando passamos muito tempo preso, ao sairmos nos sentimos perdidos, inúteis socialmente. Eu não fiquei assim”. A primeira experiência de Luiz Mendes também demonstrou o quanto ler faz bem . “Quando saí me mandaram para uma bienal, com milhares de pessoas. Mesmo assim consegui ir até lá e agir normalmente, graças aos livros”, orgulha-se o escritor.

O testemunho do ex-presidiário motivou outros relatos, como o da também escritora Noeme Rocha, que nasceu com problema na visão e há 15 anos ficou completamente cega. “O testemunho dele me fez lembrar minha própria história. Eu estava condenada ao isolamento, superprotegida pelos meus pais. Mas eu queria conhecer o mundo e que o mundo me conhecesse. Os livros me deram a oportunidade de ser livre”, afirmou a escritora que possui três obras de poesia publicadas.

Acesso à leitura para cegos – A escritora Noeme Rocha destaca que a leitura em braile está bem mais difundida nos últimos anos. “Hoje a pessoa cega pode contar com obras de todos os tipos. Com a ponta dos dedos ela pode tocar e sentir o que o autor quer transmitir. Poder ler é uma dádiva de Deus”.

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