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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SAÚDE


No Dia Mundial da Visão, 

Brasil procura prevenir cegueira

Jorge Wamburg

Repórter da Agência Brasil

Brasília - No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão, segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É com a preocupação de evitar que essa situação piore que se comemora hoje (11) no país o Dia Mundial da Visão, principal ação do Programa Visão 2020: O Direito à Visão, iniciativa conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB). A data é  sempre na segunda quinta-feira de outubro.
O objetivo do programa é eliminar a cegueira evitável em todo o mundo até o ano 2020. Isso porque até 80% dos casos de cegueira resultam de causas previsíveis e/ou tratáveis, mas a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo e uma criança perde a visão a cada minuto. São 285 milhões de pessoas no mundo vivendo com baixa visão ou cegueira. Desses, 39 milhões são cegas e 246 milhões têm moderada ou grave deficiência visual.
De acordo com o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Marco Antônio Rey Faria, campanhas como a do Dia Mundial da Visão são importantes para conscientizar a população sobre a necessidade de acompanhamento médico especializado, para evitar que os problemas dos olhos se agravem e acabem resultando em cegueira, que poderia ser evitada em cerca de 80% dos casos.
Segundo o médico, muitas doenças relacionadas à visão não apresentam sintomas e, quando descobertas, já estão em estágio bastante avançado e de difícil regressão. “É o caso do glaucoma, a maior causa de cegueira no mundo, sendo que, no Brasil, mais de 1 milhão de pessoas são portadoras da doença”, informa Rey Faria.
O glaucoma se caracteriza pelo aumento da pressão intraocultar – explica o presidente do CBO – que leva a uma atrofia progressiva do nervo ótico, se não controlada, e compromete o campo de visão do paciente. “Na fase final, é como se ele estivesse olhando apenas por um buraco de fechadura”, explica o médico.
Apesar da gravidade, hoje o glaucoma pode ser tratado com sucesso, tanto com drogas como por meio de laser e cirurgias até de implante de válvulas na região afetada. O mesmo ocorre com outras doenças oculares, segundo o médico, pois “a medicina está muito evoluída e, com as técnicas atuais, a imensa maioria das doenças oftalmológicas é facilmente tratada quando descoberta prematuramente”.
Edição: Graça Adjuto


Ministério reduz de 18 para 16 anos idade

mínima para cirurgia bariátrica no SUS

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, lembrado hoje (11), o Ministério da Saúde informou que vai reduzir, de 18 para 16 anos, a idade mínima para realização de cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS), nos casos em que há risco de morte para o paciente.
De acordo com comunicado da pasta, a decisão foi tomada com base em estudos que apontam o aumento da obesidade entre adolescentes. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2009 (POF) indicam que, na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros apresentam excesso de peso. Em 1970, o índice era 3,7%.
O governo anunciou ainda a inclusão de exames e de técnicas cirúrgicas para redução de estômago. Atualmente, o SUS autoriza três técnicas: a gastroplastia com derivação intestinal; a gastrectomia com ou sem desvio duodenal; e a gastroplastia vertical em banda, que será substituída por apresentar significativo índice de novo ganho de peso pelo paciente. No lugar desse procedimento, está prevista a inclusão da gastroplastia vertical em manga (sleeve).
Na cirurgia plástica reparadora pós-operatória, além da oferta da cirurgia plástica reconstrutiva do abdome para correção dos excessos de pele (chamada de dermolipctomia abdominal), a rede pública deve passar a oferecer também o procedimento que inclui a intervenção na parte posterior do tronco.
Antes de se submeter a uma das três técnicas, o paciente entre 16 e 65 anos deve passar por avaliação clínica e cirúrgica e ter acompanhamento com equipe multidisciplinar durante dois anos. Nesse período, ele terá de fazer dieta e, se os resultados não forem positivos, a cirurgia será recomendada.
“O Ministério da Saúde continuará fortalecendo as ações primárias e de prevenção da obesidade por meio do incentivo à mudança dos hábitos de vida da população, principalmente alimentação adequada e prática de exercícios físicos regulares”, destacou a nota.
As novas regras constam na Consulta Pública nº 12, de 24 de setembro de 2012, que ficará disponível à população até a próxima segunda-feira (15). A proposta deve substituir as portarias nº 492 e 493, de 31 de agosto de 2007.
O documento prevê também um reajuste nos valores das técnicas de cirurgia bariátrica na tabela do SUS, assim como do valor pago pela realização de cinco exames ambulatoriais pré-operatórios considerados obrigatórios: a endoscopia digestiva alta; a ultrassonografia de abdome total; a ecocardiografia; a ultrassonografia com doppler colorido de vasos; e a prova de função pulmonar completa com broncodilatador (espirometria).
Entre as diretrizes vigentes que não vão sofrer mudanças está o Índice de Massa Corporal (IMC) indicado para realização da cirurgia bariátrica, que deve ser maior que 40. O procedimento também pode ser realizado em pacientes com IMC entre 35 e 40 que apresentem diabetes, hipertensão, apneia do sono, hérnia de disco e outras doenças agravadas pela obesidade.
Dados do ministério mostram que o número de cirurgias bariátricas no país saltou de 1.773 em 2003 para 5.332 no ano passado – um aumento de 200%. Nos três primeiros meses de 2012, já foram feitas 1.286 cirurgias, com investimentos de R$ 7 milhões.
Edição: Juliana Andrade

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