1,6 mil câmeras de monitoramento e mais segurança
ComCopa
Secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, revela, em entrevista exclusiva ao Portal Brasília na Copa, que o contingente de policiais civis e militares terá reforço de mais 6,5 mil homens até 2014 e que um Centro de Monitoramento e Controle será inaugurado para combater e prevenir crimes no DF por meio de 1,6 mil câmeras que funcionarão até o final deste ano. "Essas câmeras são ferramentas importantes para o combate ao crime e, principalmente para a segurança visando também a Copa do Mundo de 2014", destaca Avelar. Medidas que, segundo ele, preparam a cidade para receber grandes eventos e são o início de um legado que vai mudar definitivamente a capital do País no que diz respeito à Segurança Pública, já que todos esses equipamentos permanecerão em uso depois do Mundial. Avelar destaca ainda o êxito do Programa Ação pela Vida, que auxiliou na redução de 12% nos homicídios, 31% nos sequestros relâmpagos e 57% nos latrocínios. Confira a íntegra da entrevista

A segurança pública do Distrito Federal está preparada para um dos seus maiores desafios: a Copa do Mundo de 2014?
Com reforço no contingente, em equipamentos e treinamento, os mais de 20 mil policiais civis e militares estão investindo na prevenção para a segurança de grandes eventos. A população de Brasília e os turistas que virão à capital da República podem ficar descansados para ver com tranquilidade um dos maiores espetáculos do futebol.
O primeiro grande teste para a segurança foi a Copa das Confederações. Qual a lição aprendida e o que precisa ser melhorado para a Copa do Mundo de 2014?
A Segurança de Brasília está muito bem preparada. Mesmo antes da Copa das Confederações, estávamos treinando nosso pessoal, acostumado a lidar com grandes multidões, devido as muitas manifestações que são tradição em Brasília. Mas para esses eventos em locais fechados fizemos um treinamento especial fazendo as corporações (Polícia Militar, Policia Civil, Bombeiros e Detran) trabalharem juntas. Foi o que ocorreu nos aniversários de Brasília (2012 e 2013), e na Copa das Confederações, cujo desempenho do nosso pessoal foi excelente, inclusive com as manifestações que ocorreram. Conseguimos conversar, negociar, evitando depredações e danos ao patrimônio público.
Brasília tem até exportado esse conhecimento para outras cidades...
As nossas policias são bem treinadas e recebem, inclusive, policiais de outros estados que vêm treinar aqui, principalmente no que diz respeito a controle de distúrbios.
E a cidade possui equipamentos compatíveis para garantir a segurança grandes eventos?
No governo Agnelo foi feito um grande investimento para aquisição de viaturas, rádios e dois blindados de choque (que ficam atrás do policiamento ordinário e são utilizados em caso de necessidade). Também estão sendo adquiridas 835 câmeras de monitoramento, de um total de 1.600, que deverão estar funcionamento até o final do ano e serão instaladas nas regiões centrais e demais regiões administrativas. Esse será um dos legados do evento, pois os equipamentos ficarão permanentemente em uso.
E como esses equipamentos podem ajudar na segurança da nossa cidade?Essas câmeras ajudam muito no monitoramento de aglomerações e na vigilância de pontos onde o índice de criminalidade é mais elevado. Serve tanto como fator inibidor, como preventivo. Pessoas dispostas a cometer crimes têm mais cautela, como também ajuda na repressão, pois poderemos identificar autores de crimes por meio dessas câmeras.

De que forma ocorrerá esse monitoramento?
Estamos montando o Centro de Monitoramento e Controle, que funcionará na própria Secretaria de Segurança. Com isso, teremos imagens das câmeras que serão espalhadas por toda a cidade, em pontos estratégicos, que vão integrar a comunicação de todas as forças de segurança pública (PM, PC, Detran,
Bombeiros).Teremos conhecimento, em tempo real, do local onde está havendo ocorrência policial, para enviar reforço, em qualquer lugar. Além disso, teremos centros de comando móveis nas diversas regiões administrativas, possibilitando, por exemplo, que o Batalhão do Paranoá tenha as imagens do que está acontecendo na própria cidade. Tudo isso funcionando até o final do ano.Esse centro será instalado em que lugar?
Funcionará na própria Secretaria de Segurança, 24 horas por dia, com a presença de 60 policiais especializados. Nas demais regiões administrativas, as centrais funcionarão nos próprios Batalhões de Polícia.
Quanto foi investido na aquisição desses equipamentos?
Foram investidos R$ 26 milhões do GDF. O Governo Federal tem fornecido equipamentos, inclusive o software para integração do sistema de comunicação entre as corporações e câmeras para serem instaladas nos helicópteros, além de três torres para garantir as imagens das diversas câmeras. O Governo Federal tem sido um parceiro muito importante para o nosso trabalho de segurança. Queremos ainda adquirir escudos e capacetes.
E onde serão instaladas essas câmeras?
Para monitorar a segurança para a Copa do Mundo de 2014, as câmeras serão instaladas em locais estratégicos de passagem de público e turistas como aeroporto, rodoviária, setores hoteleiros sul e norte, Conic, Conjunto Nacional, Esplanada dos Ministérios e área central de Brasília. Sete desses equipamentos já estão sendo testados.
Mas trata-se de um projeto que não se restringe à Copa?
Claro. O projeto será dividido em duas etapas. A primeira terá 835 câmeras que já foram adquiridas por R$ 26 milhões. Na segunda etapa do projeto, cuja licitação deverá ser autorizada nos próximos dois meses, serão adquiridas outras 765 câmeras. Nessa primeira etapa, as câmeras serão instaladas nas zonas oeste (centro de Brasília) e metropolitana (Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Núcleo Bandeirante e Vicente Pires), em locais onde estudos apontaram ser de maior criminalidade e vulnerabilidade, mas todas as 31 regiões administrativas do DF serão contempladas.
E esses equipamentos são de última geração...
Alguns dos equipamentos, de última geração e sem similar no Brasil, possuem câmeras térmicas que serão instaladas no Parque Nacional de Brasília, capazes de transmitir um alerta quando a temperatura do solo ficar elevada com risco de incêndios. Com isso podemos evitar grandes queimadas e preservar o meio ambiente, principalmente nesta época de seca em Brasília.
O senhor pode explicar melhor como esse sistema vai funcionar em tempo real?
A tecnologia dos equipamentos permitirá imagens de celular feitas por policiais no momento de um determinado acontecimento, que serão transmitidas para a Central, possibilitando rápida resposta como um reforço policial ou um atendimento médico. Em questões de minutos o policial poderá agir em qualquer situação que necessite a presença imediata da segurança pública. E tem mais: as imagens ficarão arquivadas por até três meses no Centro de Monitoramento, mas se houver necessidade, poderão ser guardadas para efeito de provas.
Qual a diferença do trabalho de segurança que é realizado em Brasília para as demais cidades sedes da Copa?
Brasília, como a capital federal, abriga representantes diplomáticos de todos os países. Aqui nós recebemos também delegações de todos os estados com constantes manifestações em razão de o Congresso Nacional ser em Brasília. Essas peculiaridades demandam das nossas corporações um trabalho especial. Constantemente, somos chamados a deslocar policiais para que reforcem a região central de Brasília.
Quando se fala em grandes eventos, pensamos em atos terroristas. Vocês estão preparados para isso?
Brasília recebeu, na semana passada, o I Seminário Internacional em Grandes Eventos. Como esse encontro pode contribuir para melhorar a segurança?
Aprende-se muita coisa. É uma troca de experiências, principalmente com representantes da Inglaterra, que recentemente sediou os Jogos Olímpicos e eles têm uma experiência exitosa em grandes eventos. Convidamos também policiais de outras cidades sedes da Copa do Mundo, para trocarmos conhecimento e tudo que está sendo repassado.
Qual é a tarefa do Grupo de Trabalho para Eventos Mundiais (GTMundi) que foi criado no âmbito da Secretaria de Segurança?
Ele reúne todas as corporações. Ele tem feito permanente troca de informações com outros estados, órgãos federais e promovido eventos de capacitação de pessoal e são nossos representantes junto aos demais organismos internacionais de esporte que hoje funcionam no Rio de Janeiro, e também com a Secretaria Extraordinária da Copa. A troca permanente de informações do GTMundi com os demais órgãos de Inteligência Federal, do Exército e da Presidência tem sido constante e permite fazer uma avaliação para atuação preventiva a fim de evitar surpresas desagradáveis. Até o final de 2014 estaremos nos esforçando para aumentar o efetivo da corporação para garantir mais 3,5 mil policiais militares (que passará para 18 mil) e mais 3.029 policiais civis (passando para 8,5 mil).
Qual o legado que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014 deixarão para a cidade?
O principal legado será a integração dos órgãos de segurança para a prevenção e o combate ao crime. Essa atuação conjunta garante muito mais eficiência e resultado. Além dos equipamentos e da experiência adquiridas com mais policiais atuando em defesa do cidadão.
Hoje, qual maior preocupação da segurança pública do Distrito Federal?
Em Brasília hoje, sendo a terceira maior metrópole do País, o que preocupa é o rápido crescimento populacional do nosso entorno, que demanda muito não só da segurança como dos demais órgãos públicos. Mesmo assim, a criminalidade do Distrito Federal é reduzida se comparada com as demais metrópoles. Nos últimos seis meses (em relação ao mesmo período do ano passado), houve uma redução de 12% nos homicídios, 31% nos sequestros relâmpagos e 57% nos latrocínios (roubo seguido de morte). Atribuímos a isso o êxito do Programa Ação pela Vida, em todas as regiões administrativas.
O principal legado será a integração dos órgãos de segurança para a prevenção e o combate ao crime. Essa atuação conjunta garante muito mais eficiência e resultado. Além dos equipamentos e da experiência adquiridas com mais policiais atuando em defesa do cidadão.
Hoje, qual maior preocupação da segurança pública do Distrito Federal?
Em Brasília hoje, sendo a terceira maior metrópole do País, o que preocupa é o rápido crescimento populacional do nosso entorno, que demanda muito não só da segurança como dos demais órgãos públicos. Mesmo assim, a criminalidade do Distrito Federal é reduzida se comparada com as demais metrópoles. Nos últimos seis meses (em relação ao mesmo período do ano passado), houve uma redução de 12% nos homicídios, 31% nos sequestros relâmpagos e 57% nos latrocínios (roubo seguido de morte). Atribuímos a isso o êxito do Programa Ação pela Vida, em todas as regiões administrativas.
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